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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

E ENFIM, CHEGA O DIA

Foto de Giancarlo M. de Moraes
Quando o mês de outubro já deixava a estrada, e o novembro despontava na curva, as conversas sobre o Natal e Fim de Ano eram mais frequentes.

Isto era um prenúncio de que as férias escolares também estavam próximas e a euforia recheada de ansiedade tomava conta da gurizada. Tanto os da cidade quanto os lá de fora.

Aqui a gente se tornava bonzinho, mais obediente do que de costume, mais atencioso, mais cumpridor das tarefas. Passava mais tempo em volta dos livros.

Os de lá, “ardilavam” brincadeiras e safadezas. Faziam dieta para os cuscos com o propósito de que ficassem leves ao correr as lebres e desentocar tatus.

Pegavam mais seguido os cavalos que andavam de lombo meio duro e seriam sovados nas pescarias e nos passeios. Ah! Os caniços e as linhas também tinham retoques. Troca de anzóis rombudos, chumbadas, maçarocas...

As forquilhas e os “corinhos” para bodoque tudo já pronto, esperavam as borrachas que os daqui levariam.

A paisagem de lá parece que sabe quando a gente vai e muda a roupa ali pela primavera e se conserva cheirosa a nos esperar. O sol nem se fala, a lua então... Até os vaga-lumes acham que são estrelas.

E enfim, o dia da chegada lá. Parece que nada mudou da última vez, porque com o alarido do encontro a gente não se prende aos detalhes, mas alguém notou o poste da luz.

As férias a partir de agora, não terão mais aquelas noites de picumã com cheiro de querosene.

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