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segunda-feira, 14 de abril de 2014

APENAS A SAUDADE DO PATRÃO



Foto de Giancarlo Marques de Moraes 
Por velho traste é tratado agora o peão,
que com suas mãos fez a estância prosperar,
não sabem estes que a herança recebida,
foi para ele mais que a vida, mais que o lar.

O patrãozinho que cavalgou nos seus joelhos,
virou a cabeça renegando seu passado,
por um cambicho escolada em maus conselhos
e que aos poucos vai pelando os seus trocados.

Triste e solito o velho peão remói a mágoa,
vendo a estância sem remédio pra curar,
onde o orgulho, a vaidade e o desperdício,
é uma tropa magra que se importam em criar.

Os seus arreios emalou a muito tempo,
pressentindo que um dia mandarão,
que ele cruze a porteira para sempre,
levando apenas a saudade do patrão.

E o rancho, presente do seu patrão,
com duas braças estendidas ao redor,
cedo ou tarde vai ter que virar tapera,
pouco importando se ele regou com o seu suor.

Apesar da experiência em toda a lida
e a saúde pra enfrentar novas andanças,
com sua idade avançada embretará,
nos corredores e porteiras "doutr' estâncias"!

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