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quinta-feira, 27 de junho de 2013

UM APERTO NO PARAFUSO

A promessa era feia,
se eu rodasse na escola,
tomaria uma esfola,
de ter o lombo salgado
e trabalhar no pesado,
pra ter responsabilidade,
pois já estava com idade,
de saber o certo e o errado.

Não levava a coisa a sério,
no dia da sabatina,
o lápis de anilina,
sempre mal apontado,
o papel almaço pautado,
eu fazia um canudo,
me lixando pra o estudo,
levava tudo flauteado.
.........................................................

E veio a nota de maio,
com a pelagem colorada,
eu tinha dado uma melhorada,
tirando quarenta e quatro,
mas muito longe do trato,
que era pra ser setenta,
sessenta ou até cinquenta,
foi vadiagem de fato.

Meu pai me falou de novo,
apertando o parafuso
e não permitiria abuso,
o velho é faca na bota,
pois conforme ele toca,
a gente tem que dançar,
tive então que me esforçar,
pra levantar minha nota.

Meu bodoque foi caçado
e nem pensar jogar bola,
ir de a pé para a escola,
e mais uns outros castigos,
me reunir com os amigos,
só nas tardes de domingo
e assim eu fui seguindo,
até que passei de livro.

Cheguei em casa faceiro,
botando os bofes nas ventas,
mostrando a média setenta,
indo muito bem na prova,
tirei o pé da cova,
e me voltou o conforto,
livrando assim o meu corpo,
de levar uma baita sova!


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