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terça-feira, 18 de junho de 2013

ANDEJO


Desenho de Felício Lampert 
Bem na frente do bolicho,
parou mas não chegou,
olhou para trás e não voltou.
Novamente seguiu e na canhada sumiu
e mais adiante, lá na coxilha ressurgiu.
Já quase findando o dia,
no mesmo tranco seguia.
Minha vista, mesmo no lusco-fusco ainda o viu,
até que foi sumindo, sumindo e a distância o engoliu.

Talvez amanhã, ou depois,
lá por outra querência,
passe com a mesma paciência,
silencioso, acomodado no arreio e solito.
Canha, rapadura e fumo para o pito,
busque “n’algum” balcão de bolicho,
se achegue ao ouvir cochichos,
boleie a perna, quem sabe contra o próprio desejo
e ao partir, deixa indagações sobre si, 
aquele desconhecido andejo!

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