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quinta-feira, 12 de abril de 2012

A VENDA DO BONIFÁCIO




Há muitos anos conheci,
a venda do Bonifácio.
Aquela que o Tio Anastácio,
se oitavava para um trago,
onde tanto índio vago,
como eu se emborrachava
e só na canha encontrava,
o calor de um afago.

Foi morada temporária,

em algumas noites de pouso,
quando o inverno rigoroso,
encarangava o vivente
e nas tardes de sol quente,
em pleno mês de janeiro,
a venda e o bolicheiro,
tinham de tudo pra gente.

Aquelas quatro paredes,

ouviram muitas histórias,
cantigas e oratórias
e promessas de vinganças.
Ouviram rusgas e lambanças,
mágoa, revolta, lamentos,
raiva e descontentamentos,
de genros chorando a herança.

Era um bolicho comum,

como tantos nesta Pampa.
Me dá um nó na garganta,
me deixando abichornado.
São coisas do meu passado,
que foram com o Tio Anastácio,
a venda do Bonifácio,
entre a ponte e o lajeado!

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